sábado, 25 de fevereiro de 2012

Um dos dois lados

Tem fases na vida em que eu me torno um sinal amarelo, pedindo sempre a atenção dos que passam ou dos que param na estrada da minha vida. Os que vão atravessar se vão, sem nem prestar muita atenção. Os que param não olham para os lados, apenas para a sua frente, onde eu não estou. E eu fico ali no meio, pedindo sempre a atenção de um dos dois lados. Andam para lá e para cá, as pessoas mudam, se transformam em meros objetos, distintos de cor, raça ou classe. Os olhos já não vêem como antes, pois estão presos em memórias que lhe trouxeram decepções. E eu ali, sempre pedindo a atenção de um dos dois lados. Eles deixam seus bens materiais caírem pelo chão, e lá junto vão-se sua dignidade, sua pureza e sua aptidão de andar pelas estradas da vida, da minha vida! Sua coragem de dizer “chega!” não existe mais, ter sempre mais é melhor! Sua vontade de caminhar firme e forte no lado do bem nunca vence, o vício é maior, é melhor, é mais gostoso. E eu fico ali no meio, sem saber se vou ou se fico, sempre pedindo a atenção de um dos dois lados. O que é bom nunca chega até mim, quando começa a atravessar a minha estrada, pára no meio do caminho e, morre! E então, eu passei a aceitar o fato de que elas não chegam ao final por minha própria culpa. Por que não deixo de ser um sinal amarelo e pedir sempre atenção?! Por faltar confiança em mim mesma, perco a atenção dos outros! Daí, resolvi que hoje mesmo darei a mão a alguém que considero bom, e se for realmente, ele chegará até mim!

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